terça-feira, 11 de dezembro de 2012

CELTIC FROST

Os dois primeiros produtos fonográficos do Celtic Frost, os EP Morbid Tales e Emperor's Return, traziam a mesma proposta básica do Hellhammer, mas muito mais evoluída e musicalmente relevante. Os fãs mais radicais do Hellhammer não aceitaram aquela mudança, mas foram minoria. O Celtic não demorou muito a atrair uma legião de seguidores e, em 1985, o álbum To Mega Therion saiu e tornou-se mais uma obra-prima de Gabriel, Ain e Priestly. Ainda sombrio, direto, cru e extremo, o disco era bem tocado, bem produzido, original, trazia idéias novas e, acima de tudo, mostrava que o Black/Thrash metal praticado por eles não precisava ser, necessariamente, tosco.
Em 1987, teve início o que, para muitos, foi a decadência do Celtic Frost. O LP deste ano, Into the Pandemonium, apresentou uma série de inovações nunca vistas no Thrash metal. Agora, violinos, metais, letras em francês, sonoridades de hip hop e outras virtudes diferentes juntavam-se ao peso das guitarras e à agressividade da seção rítmica. O Celtic Frost provava ser corajoso o suficiente para experimentar, mas os fãs old-school (ao contrário da crítica) começou a chamá-los de decadentes e traidores. Apesar da controvérsia, músicas como "Danse Macabre" e "Tears in a Prophet’s Dream" dos álbuns anteriores e agora com os vocais de Tom variando entre o brutal/sombrio e suave, inegavelmente serviram de fundamental importância para o desenvolvimento do gothic metal.
Porém, em 1988 que a situação piorou. Ain deixou o conjunto e foram adicionados a ele Oliver Amberg (guitarra) e Curt Victor Bryant (baixo). O agora quarteto assumiu um visual simplesmente radical (inspirado nas bandas glam de Los Angeles, como Poison, Mötley Crüe e outras, que eram um fenômeno de vendas na época) e Warrior abandonou o pseudônimo e passou a assinar como Thomas Gabriel. O disco gravado sob esse panorama foi chamado Cold Lake. As canções já não tinham mais nada em comum com o metal extremo, era, agora, um hard rock artificial. Parecia claro que Gabriel tencionava conquistar o mercado americano, inatingido pelo Frost, e resolveu copiar os grupos que então faziam sucesso por lá – logo ele, que ficara famoso como um vanguardista. Contudo, a tentativa foi em vão, já que o álbum não foi muito bem nos EUA. Além disso, mais fãs viraram as costas ao conjunto, que outrora representara o que de mais íntegro existia no underground e que, de repente, se transformou naquilo que eles mais odiavam: uma banda comercial.
Com o fracasso de “Cold Lake”, Gabriel viu-se num beco sem saída, estava claro que continuar com aquela proposta não o levaria a lugar nenhum. Dois anos depois, Ain volta à banda e um novo álbum é lançado: Vanity/Nemesis, onde o estilo glam é deixado de lado e o grupo foca-se no thrash. Embora a qualidade do disco tenha melhorado bastante em relação ao anterior, muitos já não os levavam mais a sério. Em 1993 a banda se dissolveu.
Nos anos 2000 eles se reuniram novamente e, mais uma vez, com uma mudança na sonoridade, que agora era voltada para o Doom/gothic metal. Se apresentaram em alguns festivais (como WOA) e em 2006 lançaram um novo CD: Monotheist. Agradou uma parte do público (e à crítica), mas era inaceitável para os fãs das antigas. Com a saída de Warrior em 2008, a banda encerrou as atividades novamente. Ele afirma:
Cquote1.svg“Há muitas coisas que não podemos dizer com um ar de definição, mas isso eu posso. Não tenho absolutamente nenhum interesse em retornar novamente ao Celtic Frost. Quando fiz isso da última vez, depositei uma grande quantia de dinheiro, energia e tempo nisso. Esperava que outras pessoas fizessem o mesmo. Mas, infelizmente, fui traído e esfaqueado pelas costas. Não farei mais esse tipo de esforço sem ser com pessoas em quem posso confiar. Por mais que ame a música do Celtic Frost, não posso mais fazer isso. Por outro lado, formei o Triptykon para soar o mais próximo possível do que fazíamos. As diferenças maiores são humanas, não musicais”.Cquote2.svg
Tom Fischer
Tom, em seguida, formou seu novo projeto: Triptykon, continuando com seu trabalho apresentado no disco Monotheist.

Marcio Lima

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